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sábado, 29 de novembro de 2014

Motivações para a minha profissão

A sociedade no terceiro milênio convive com sistemas globais de comércio e
troca de informações, uma comunicação global instantânea, efêmera, com
velocidade na transmissão através de redes eletrônicas cada vez mais sofisticadas, e
quase todos os serviços oferecidos ou são automatizados no todo ou em parte.
O debate internacional sobre a construção das bases para uma sociedade da
informação, em termos nacionais e globais, representa uma análise da organização
da sociedade e da economia, e pode ser considerada como um novo paradigma
científico, tecnológico, social, educacional e cultural. As mudanças na área de
educação e cultura, isto é, nas instituições educacionais, artísticas e culturais, pelos
meios públicos de transmitir e utilizar a informação do rádio, da televisão, do
cinema, apontam alterações nos formatos e apresentação dos conteúdos, seja desde
os tradicionais jornais impressos e on-line, seja nas publicações periódicas
científicas e tecnológicas. Transpassar do ambiente impresso ao digital não requer
apenas a aplicação de técnicas e tecnologias, mas, principalmente, aplicação de
princípios cognitivos do ser humano, como bem retrata Lévy em suas obras (1993,
1998, 2000).
As transformações pelas quais a sociedade moderna passa decorrem das
novas tecnologias de informação e comunicação e marcam o início de uma nova
epoca denominada “Sociedade da informação” por Castells (2002, p.22) onde:
[...] um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais
uma língua universal digital tanto está promovendo a
integração global da produção e distribuição de palavras,
sons e imagens de nossa cultura, como os personalizando ao
gosto das identidades e humores dos indivíduos. As redes
interativas de computadores estão crescendo
exponencialmente, criando novas formas e canais de
comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo
moldadas por ela.
Mattelart (2002) afirma que quando existe um processo de mudança, há
sempre um discurso salvacionista, reavivando uma promessa de concórdia
universal, democracia, justiça social e prosperidade. Em relação a “Sociedade da
Informação” isso é visível na literatura das áreas de comunicação, ciência da
informação e outras afins, bem como na ação dos governos e de organismos
multilaterais. Dos organismos multilaterais o “Manifesto da UNESCO para a
Internet” exemplifica a expectativa depositada no acesso democrático desta
“grande rede de informação” como forma de promover a igualdade e outros valores
humanos.
Segundo Tapscott apud Tarapanoff (2001, p. 36) a sociedade da informação
trata-se de uma nova sociedade que surge com nova estrutura, novos canais de
comunicação, novas formas de atuação social e de trabalho. Takahashi em A
Sociedade da Informação no Brasil: Livro Verde (2000) discute que no mundo
inteiro, assim como no Brasil, estamos vivendo na Sociedade da Informação, uma
nova era em que a informação flui a velocidades e em quantidades há apenas
poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais.
Vivencia-se uma nova ordem mundial. A sociedade da informação é o
resultado desses novos referenciais sociais, econômicos, tecnológicos e culturais,
os quais também provocam um conjunto significativo de mudanças de enfoque no
âmbito das sociedades e de suas organizações, em que Tarapanoff (2001) aponta:
a) A informação constitui a principal matéria-prima, um insumo comparável
à energia que alimenta um sistema;
b) O conhecimento é utilizado na agregação de valor a produtos e serviços;
c) A tecnologia constitui um elemento vital para as mudanças, em especial o
emprego da tecnologia sobre acervos de informação; e,
d) A rapidez, a efetividade e a qualidade constituem fatores decisivos de
competitividade.
Para González de Gómez (2003, p. 61)
a sociedade da informação poderia ser entendida como
aquela em que o regime de informação caracteriza e
condiciona todos os outros regimes sociais,
econômicos, culturais, das comunidades e do Estado.
Nesse sentido, a centralidade da comunicação e da
informação produziria a maior dispersão das questões
políticas da informação, perpassada e interceptada por
todas as outras políticas: as públicas e as
informacionais, as tácitas e as explícitas, as diretas ou
indiretas.
A sociedade industrial produz, sobretudo, meios de produção, bens a serem
consumidos, capital. A sociedade pós-industrial produz, sobretudo, conhecimento,
administração de sistemas, capacidade de programar a mudança ou o futuro. A
programação do futuro utiliza-se da “mercadoria” informação (DE MASI, 2000).
Entre as características, todas as expressões culturais, da pior à melhor, da
mais elitista à mais popular, vêm juntas. Reflete-se sobre um fenômeno social
recente, sobre o qual os estudos ainda são incipientes, as comunidades virtuais,
uma nova forma de comunidade, que reúne pessoas on-line conforme valores e
interesses comuns. O ciberespaço tornar-se-ia o espaço móvel das interações entre
conhecimentos e conhecedores de coletivos inteligentes desterritorializados.

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